quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Duas cagadas numa noite de verão

Sair na noite romana, no verão, é uma delícia. O sol demora a se pôr, a temperatura convida a uma caminhada, a um sorvete (deliciosos, por sinal)... e ninguém fica em casa.
Foi numa noite destas que fomos dar uma voltinha, eu, o Arão e a Regis (minha sobrinha). Saímos pela Via dei Fori Imperiali e quando chegamos ao final dela, a surpresa: tinha um cara “cagando”, no canteiro da praça. Os mais pudicos que me desculpem, mas não posso usar outro termo para substituir “cagar”. Se eu usasse “defecando”, “fazendo suas necessidades”, ou “obrando” (este termo é antigo, hein, os mais velhos ainda o utilizam), não seria a mesma coisa. Imagina escrever: “o cara estava defecando...”. Nada a ver. Cagar é um verbo de respeito e tem significado próprio. Nada se compara a uma cagada, seja ela no sentido real ou no figurado. E, na Itália, o termo é muito comum. Então, vou usar sem constrangimentos (confesso que um pouco de constrangimento sinto sim, afinal, nasci no interior, sou meio das antigas, mas não posso me render a isto).
Bem, voltando ao assunto, o cara cagou ali sim, mas tinha papel higiênico à mão e se limpou. Sim, senhor. Higiênico.
Seguimos nossa passeggiata  até a Fontana di Trevi, pela Via del Corso. Numa das vielas que desemboca no Corso, ouvimos umas risadas, gente tirando foto e... quando olhamos.... adivinha... uma turista “cagando”. Pois é, se você pensasse na probabilidade de quantas pessoas você encontraria cagando no meio da rua, numa mesma noite, numa mesma passeggiata, em Roma, você não diria que no mínimo duas, certo? Eu não diria.

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