domingo, 29 de janeiro de 2012

Uma reta só!

Sair para explorar Roma sempre nos reserva uma (ou mais) surpresas. Ontem, saí para ir até a Basílica di San Giovanni in Laterano, ou, São João de Latrão, para os lusófonos. Mas quando se sai a pé em Roma, não se passa imune pelas atrações que se encontram no caminho.

A partir do Colosseo, toma-se a Via di San Giovanni in Laterano para chegar até a Basílica. No percurso, está a Basílica di San Clemente. Uma pausa para explorá-la e uma grande descoberta: além de um belíssimo interior, tem dois pisos inferiores, que conduzem a dois mil anos de história. Como todas as igrejas que fui até hoje na Itália, não se paga para entrar. Se você quiser visitar os subsolos, o preço por pessoa é de cinco euros, e vale a pena.

Pátio

O primeiro subsolo guarda uma igreja do século IV, a igreja originária. A atual  foi construída sobre ela por questões de segurança. Hoje, é possível admirar alguns afrescos de época.

Cartaz com a recuperação de afrescos

Sob a velha igreja, escavações revelariam o que se acredita ser uma casa romana, bem preservada, com uma fonte de água cujo murmúrio atrai a curiosidade do visitante. Não tenho fotos, pois não são permitidas, mas você encontrará links na internet.

Segundo a tradição, San Clemente I foi o quarto Papa, tendo nascido em Roma e sido discípulo de Pedro e Paulo. Estaria enterrado na Basílica em questão, sendo o autor da Primeira Carta aos Coríntios.

Continuando sempre pela via di San Giovanni in Laterano, chega-se a praça onde está a basílica de mesmo nome. Uma das primeiras visões é a do obelisco, obra egípcia do século XV a.C., transportado para Roma. A igreja é uma das quatro basílicas papais, ou seja, tem uma porta e um altar papal. Imponente, é a Catedral de Roma, considerada mãe de todas as demais, inclusive da de São Pedro. Erguida por Constantino, já foi devastada por um terremoto e por dois incêndios, tendo sido reconstruída ou reformada desde a sua edificação em diversas ocasiões. 


Uma das entradas, a partir do obelisco

É possível também entrar pelo outro lado, digamos, pela entrada "principal". Logo a esquerda, encontrará um local para emprestar um audioguida, muito útil, mediante uma contribuição voluntária.

Fachada principal


O interior, como falei, é imponente. Teto e parte do altar papal

Também é possível visitar o claustro, uma das poucas partes da basílica que sobreviveu ao terremoto e  aos incêndios, guardando seu aspecto original, o qual abriga partes das primeiras edificações do local.

O claustro

Foi nesta basílica que em 1929 Mussolini e a Igreja assinaram o Tratado de Latrão, que formalizou a existência do Estado do Vaticano.

Seguindo um pouco mais adiante, chega-se a Igreja de Santa Croce in Gerusalemme. Segundo a tradição, abriga algumas relíquias e seu nome se deve ao fato de ter sido jogada terra de Jerusalém em seu piso.

Santa Croce in Gerusalemme

Por falar em redondezas, enquanto esperava que a igreja abrisse, fui até a Porta Maggiore, uma das portas do Muro Aureliano, de idade romana.


Tudo numa reta só! Perder tempo vagando por Roma sempre é gratificante.

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